Estudos indicam que até 0,5% dos recém-nascidos apresentam indícios de malformações ao ultrassom, sendo que destes, 20-30% são confirmados com alguma malformação nos rins e trato urinário.
A recomendação é que o primeiro ultrassom para rastreio de anomalias do sistema urinário seja realizado entre a 15ª e a 18ª semana gestacional e o segundo entre 28ª a 30ª semana gestacional, sendo este o mais sensível para diagnóstico de alterações no trato urinário.
As grandes vantagens do diagnóstico pré-natal são:
Procurar um nefrologista pediátrico para orientações;
Se preparar emocionalmente;
Conhecer as possibilidades de tratamentos;
Ter o parto acompanhado por uma equipe de profissionais; habilitados para receber o bebê e fazer os primeiros atendimentos;
Nos casos mais graves, planejar a intervenção cirúrgica no momento oportuno (pré ou pós-natal).
Quais são os tipos de malformações?
A lista é extensa, mas vou citar as mais comuns de acordo com a localização.
Nos rins:
Rim em ferradura: os nascem fundidos, formando um único rim que se assemelha a uma ferradura
Doença renal policística: os rins nascem cheios cistos cheios de líquidos
Agenesia renal: o bebê nasce com um rim
Hipoplasia renal: o bebê nasce com um ou os dois rins menores que o normal
Displasia renal: um ou os dois rins não se formam de maneira desorganizada e tem a função comprometida.
Nos ureteres:
Obstrução da junção ureteropélvica: ocorre um bloqueio na região onde o rim se liga ao ureter
Obstrução ureterovesical: ocorre um bloqueio na área onde o ureter se liga à uretra
Refluxo vesicoureteral: os ureteres nascem presos à bexiga, não permitindo que a urina flua de volta para o rim
Duplicação pielocalicinal: forma-se dois ureteres ao invés de um
Na uretra:
Válvula de uretra posterior: uma membrana se desenvolve na uretra, diminuindo ou bloqueando urinário.
Quais os sinais e sintomas?
Felizmente, muitas malformações apresentam um desenvolvimento benigno e sem sintomas específicos. Porém, as crianças podem apresentar sintomas como infecções do trato urinário (às vezes notadas como febres inexplicáveis), barriga inchada (devido ao não esvaziamento da bexiga), náusea, vômito, dentre outros.
Tem tratamento?
Muitas malformações congênitas do trato urinário não têm cura, mas o nefrologista pediátrico ajudará a controlar os sintomas e prevenir complicações.
Dependendo do tipo de alteração apresentada, o tratamento pode incluir:
Antibióticos para prevenir e tratar infecções do trato urinário
Acompanhamento, pois alguns problemas podem se resolver espontaneamente ou evoluir sem nenhum sintoma.
Cirurgia: alguns casos específicos necessitam de abordagem cirúrgica.
Quando as malformações congênitas não são detectadas precocemente ou o tratamento não é capaz de prevenir danos aos rins, a criança pode evoluir com doença renal crônica (DRC) podendo necessitar de diálise e transplante renal.